As mulheres representam menos de 10% dos líderes mundiais. Em nível global, menos de um em cada cinco parlamentares é mulher. O percentual crítico de 30% de representação feminina nos parlamentos foi atingido por apenas 28 países.
Em evento de alto nível que aconteceu em 19 de setembro, durante a 66ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, mulheres líderes políticas fazem uma chamada forte para o aumento da participação política e tomada de decisão em todo o mundo.
Destacando que a participação das mulheres é fundamental para a democracia e essencial para o alcance do desenvolvimento sustentável e paz em todos os contextos – durante a paz, nos períodos de conflito e pós-conflito e durante as transições políticas, as líderes vão assinar uma declaração conjunta com recomendações concretas sobre as maneiras de promover e avançar a participação políticas das mulheres.
Via Mercado Ético
Declaração Conjunta sobre o Avanço das Mulheres na
Participação Política
Nova York, 19 de setembro de 2011
Nova York, 19 de setembro de 2011
Nós, as Chefes de Estado e de Governo abaixo-assinadas, Ministras de
Relações Exteriores e Altas Representantes, afirmamos que a participação
política das mulheres é fundamental para a democracia e essencial para o alcance
do desenvolvimento sustentável e da paz.
Reafirmamos o direito humano das mulheres de participar dos governos de
seus países, diretamente ou por intermédio de representantes livremente
escolhidas, numa base de igualdade com os homens, e que todos os Estados devem
adotar medidas afirmativas para respeitar e promover direitos iguais das
mulheres de participação em todas as áreas e em todos os níveis da vida
política.
Destacamos a importância crítica da participação política das mulheres
em todos os contextos, em tempos de paz, incluindo, conflito e em todas as fases
de transição política.
Reconhecemos que as essenciais contribuições das mulheres em todo o
mundo continuam a colaborar para a realização e a manutenção da paz e segurança
internacionais e para a plena realização dos direitos humanos, para a promoção
do desenvolvimento sustentável e para a erradicação da pobreza, fome e doença.
Mesmo assim, estamos preocupadas que as mulheres, em cada parte do mundo,
continuam a ser largamente marginalizadas da tomada de decisão, como resultado
de leis discriminatórias, práticas e atitudes, além de serem afetadas
desproporcionalmente pela pobreza.
Reafirmamos nosso compromisso com a igualdade de direitos e a inerente
dignidade humana das mulheres consagradas na Carta das Nações Unidas, na
Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros instrumentos
internacionais relevantes de direitos humanos. Apelamos a todos os Estados a
ratificar e cumprir suas obrigações sobre a Convenção das Nações Unidas sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) e
implementar plenamente a resolução 1325 do Conselho de Segurança (2000) sobre
mulheres, paz e segurança e outras resoluções pertinentes da ONU.
Apelamos a todos os Estados, incluindo aqueles que emergem de conflitos
ou em fase de transição política, para eliminar as barreiras discriminatórias
enfrentadas por todas as mulheres, particularmente as mulheres marginalizadas, e
encorajamos todos os Estados a tomarem medidas proativas para lidar com os
fatores que impedem as mulheres de participar na política, tais como violência,
pobreza, falta de acesso à educação de qualidade e cuidados de saúde, a dupla
jornada do trabalho remunerado e não remunerado, e promover ativamente a
participação política das mulheres, inclusive por meio de medidas afirmativas,
se apropriado.
Reafirmamos e expressamos total apoio ao importante papel do Sistema
das Nações Unidas para alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das
mulheres, e damos as boas-vindas para a ONU Mulheres e, em especial, ao seu
mandato.
São signatárias: Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff; Kamla Persad-Bissessar, primeira-ministra da República de Trinidad e Tobago; Hillary Rodham Clinton, Secretária de Estado dos Estados Unidos da América; Baronesa Catherine Ashton, Alta Representante da União Europeia para Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia; Roza Otunbayeva, Presidenta da República do Quirguizistão; Lilia Labidi, Ministra de Assuntos das Mulheres da República da Tunísia; Helen Clark, Sub-Secretário-Geral e Administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; e Michelle Bachelet, Sub-Secretária-Geral e Diretora Executiva, da ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.
Via ONU Mulheres
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