7 de jul. de 2013

Uma mão na frente e a outra segurando a criança

Um ciclo de 20 anos se encerra, não da melhor forma, da forma dolorida, muito dolorida.
Surgiu um enorme vácuo.
Fui virada como uma leve página, tudo foi substituído, tudo.
O que deixei foi  estraçalhado e o que assusta é a ausência de valor.
O olhar obtuso.
De repente eu era um peso, chato, pesado, a pedra no caminho.
O que era minha vida, o que tinha toda minha energia, empenho, amor agora está em muitas mãos, mas não fui quem quem passou, foi tudo tirado sem minha permissão, aliás mais nada que vinha de mim interessava.
De um dia para outro 20 anos sumiram e me vejo só, vazia, com uma mão na frente e a outra segurando a criança.
A sensação é muito estranha, como a vida da gente pode ser usada de qualquer forma. A substituição causa uma estranheza....
A ocupação de terceiros no que até então era meu, o que foi construído por mim, não tenho palavras, tenho somente a dor, a incompreensão, o vácuo.
Desconsideração e substituição ficaram.
Rapidamente todos os setores que ocupava foram substituídos e das formas mais surpresas pra mim.
Inevitável pensar o que foram os últimos 20 anos, a partir dos últimos acontecimentos.
Estava totalmente a parte da realidade? Teria eu criado uma realidade paralela? Criei uma vida que não existia? O que existiu? Quem sou eu, de onde vim e pra onde vou?
Fui conduzida ao zero, de fato 20 anos me deixaram sem chão.
Será que o que penso por consideração é respeito são errôneos?
Que lição de desprendimento!
Pena que dói demais, nunca imaginei uma dor dessas, que dor, que dor, pelo menos descobri onde é alma, pq é lá que dói.
Despedaçada

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